terça-feira, agosto 31, 2004

National Geographic diz que Lisboa pode sofrer um novo sismo



[Será? Esperemos que não. Eu sou das Caldas da Rainha (Oeste) e vivo em Lisboa.]

Um estudo publicado na edição online da revista National Geographic destaca o facto de Lisboa poder vir a sofrer um novo sismo, em tudo semelhante ao de 1755 que praticamente arrasou o capital portuguesa.

Segundo alguns especialistas, o terramoto de 1755 terá sido consequência da actividade do sistema de placas subterrâneas, cujo movimento continua a ser detectado, deixando no ar a possibilidade de que um novo abalo, de consequências devastadoras, possa voltar a repetir-se na Península Ibérica.
Citando um estudo recente, a National Geographic refere que os limites da placa ao sul da Península Ibérica não estão bem definidos, o que causa actividade tectónica que poderá vir a ser responsável por novos sismos.

Defendendo que o tremor de terra de 1755, que teve uma magnitude de 8,7 na escala de Richter e provocou mais de 60 mil mortos, mas cujas causas são ainda pouco claras, poderá ter sido causado pelo mergulhar da litosfera (a camada sólida exterior do planeta) oceânica sob a litosfera continental, a revista assinala que o estudo recente, publicado inicialmente na revista Science, «mostra actividade contínua nesse sistema de placas, suscitando receios de que um novo tremor de terra pode atingir a região com consequências potencialmente devastadoras - ainda que provavelmente não durante muitos anos».

Marc-Andre Gutscher, do Instituto Europeu de Estudos Marítimos de Plouzane, França, e autor do estudo, recorda que o tremor de terra de 1755 foi 20 vezes mais forte que o tremor de terra de São Francisco, em 1906, sendo que, neste momento, «a placa africana está a movimentar-se cerca de quatro milímetros por ano em direcção Oeste-Noroeste para a Ibéria. Ao mesmo tempo, parte dessa placa africana está a afundar-se na segunda camada da crosta do planeta».

Contudo, a National Geographic também refere que a opinião de Marc-Andre Gutscher não é partilhada por todos os estudiosos, como é o caso de Alastari Dawson, professor de geologia na Universidade de Coverty, em Inglaterra, o qual aponta como principal crítica ao trabalho de Gutscher o facto de se centrar «muito no golfo de Cádiz», quando «quase todos os documentos e análises existentes sugerem que o epicentro de 1755 foi a Oeste de Portugal, na bacia do oceano».
in DD

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