sábado, março 11, 2006

david fonseca em entrevista


Da parede para o concerto
Concerto
. Calmo e sorridente, animado e cheio de vontade de contar a sua arte, David Fonseca esteve à conversa comigo, numa entrevista para o jornal Destak [no jornal sairem três questões muito cortadas por falta de espaço e política editorial] para falar sobre o novo álbum "positivo", Our Hearts Will Beat As One e o concerto de dia 11 de Novembro, no Centro Olga do Cadaval (Sintra).


[BACKGROUND: Conversa dia 25 de Outubro de 2005 (terça-feira), um dia depois do novo álbum ter sido lançado. Pelas 15h. A entrevista durou cerca de 30 minutos e não pôde prolongar-se porque existiam mais jornalistas à espera para o entrevistarem. Decorreu numa sala de reuniões da sede da Universal, em Lisboa, perto do Colombo. Achei curioso na sala existirem alguns discos em ouro e platina editados pela Universal, onde estava um álbum dos Silence 4 e outro de Bryan Adams, Waking Up the Neighbours.]

Por João Tomé

Esta semana já deste dezenas de entrevistas, a jornais, rádios, televisões, revistas… Como é que lidas com as entrevistas, ficas cansado ou aborrecido com elas?
As entrevistas é a parte que todos os músicos estão menos habituados a lidar. Confesso que nos primeiros tempos do Silence 4, sentia-me um pouco reticente em relação a tudo isto as entrevistas, hoje considero ser absolutamente necessário. Porque se eu quero fazer a minha música chegar às pessoas acho que devo agarrar todas as oportunidades que tenho, para falar sobre o disco enquanto as pessoas não tem oportunidade de o ouvir.

Não é estranho uma pessoa normal de um momento para o outro passar a dar muitas entrevistas?
É estranho porque se passa de ser uma pessoa perfeitamente desconhecida da sociedade, para passar a ser uma pessoa extremamente conhecida. Para já o choque é esse, a razão de haver tanto súbito interesse. No inicio foi o que me fez mais confusão. Porque agora tanto interesse. Já tocávamos há três anos, tentámos gravar discos e nunca conseguimos, mas depois havia um grande interesse. A primeira vez em que isso começa a acontecer é estranho. Entrevistas em catadupa e se pergunta muitas coisas sobre a nossa vida pessoal. Há sempre uma ideia de que já não somos as pessoas que éramos, já estamos a dizer coisas que nunca nos perguntaram, que nunca pensei na minha vida que viessem a fazer parte nem sequer do meu grupo de amigos, quanto mais num espectro mais generalizado. E daí vêm as defesas. Toda a gente põe as armas em punho… não vamos de maneira nenhuma dizer isto, ou aquilo. Mas com o tempo uma pessoa começa a lidar melhor com as coisas que diz e que quer dizer, por isso agora é um processo mais natural.

Sendo este um novo capítulo na tua carreira, o que mudou mais do primeiro álbum a solo, para Our Hearts Will Beat As One?
Mudou o facto de algures eu ter decidido fazer o álbum. Eu tenho andado ao sabor do vento há alguns anos, nesta área, na música. Porque os Silence 4 foram um acidente de percurso, de uma banda como hobby, de repente explodiu para uma coisa inimaginável. Aquilo que eu fazia nos Silence 4, não era uma profissão, não era o caminho que eu queria seguir para sempre. Eu lembro-me de estarmos nos Silence 4 antes de ter o disco gravado, e já haver aquela ideia de não sabermos se íamos ter aquela banda para sempre. Tínhamos a banda, mas podíamos não ter… havia um descomprometimento que a mim me agradava, assim como a todos os elementos da banda. A mim não me choca absolutamente nada que os Silence 4 tenham terminado, porque já na altura era um projecto espontâneo. Se deixasse de ser espontâneo – que era o que aconteceria se nos tivéssemos reunido outra vez, as pessoas estavam sempre a perguntar coisas e nós não sabíamos o que havíamos de dizer – porque não havia essa espontaneidade de nos querermos voltar a juntar na mesma sala a fazer as mesmas, como tal resolvemos acabar com o projecto. Em relação ao projecto a solo não mudou muito a forma, no primeiro disco. Fiz umas canções em casa, só que em vez de ter uma banda, fui para o estúdio, mas os processos eram os mesmos. Neste disco inverti quase tudo o que fiz até hoje, porque parar uma digressão, e dizer à agência dos concertos, para não marcar mais nada para eu começar a fazer um novo disco de raiz, e apontar uma data para estar pronto com a editora. Tudo isto foi a primeira vez que aconteceu comigo – no album a solo cheguei à editora com o disco feito. E este não, tinha uma ideia específica de como ia ser o álbum, mas não tinha as canções e fui para casa trabalhar nesses termos. Acho que foi o disco mais difícil de todos por causa disso, porque esse tal descomprometimento deixa de existir e passa a haver uma obsessão mais clara sobre aquilo que se está a fazer e deita-se muitas coisas fora. Está-se sistematicamente a deitar coisas fora. Gosto disto, no dia seguinte já não gosto e vai fora, porque não dura, não tem validade suficiente para estar dentro de um disco – para que se ouça mais tempo. O que mudou mais foi a atitude. Aquela descomprometida que eu tinha pela música, agora é mais uma profissão, um desejo, a ideia de querer ver algo a crescer.


Como é que decidiste começar o disco de uma forma concreta?
Aquilo que me preocupava, quando comecei a fazer as canções e é muito complicado ter uma ideia de um disco de como é que ele poderá soar, mas não ter canções nenhumas – tinha uma ideia muito abstracta, era que tinha de ser um disco positivo. Era a única coisa que eu me impunha sistematicamente: Eu não posso, de maneira nenhuma, construir canções que apontem para um negativismo porque ele não existia na minha vontade de fazer o disco. Existia algo muito mais positivo. Não é por acaso que título do disco é feito no futuro, não é por acaso que a foto da capa tem a minha figura a olhar para cima. Há uma série de elementos que eu queria que fossem positivos e tivessem uma luz qualquer. Em vez do tal principio, meio e fim, eu preocupava-me muito mais que houvesse uma constância de atitude em todo o disco. E que conseguisse entrar nas canções mais lentas – que é o mais complexo – que apesar de terem uma toada por vezes muito triste, têm um certo positivismo, que era o mais complicado para mim. A segunda prioridade para mim era a simplicidade da canção. No primeiro disco acho que baralhei um pouco, porque fiz algumas músicas muito complexas, e agora o objectivo principal era tornar todas as músicas no mais simples e directo possível – que é provavelmente o mais difícil. Eu costumo dizer muitas vezes que é mais fácil fazer uma canção com 55 instrumentos do que com três…

Ser eficaz com letras e músicas mais simples…
Tudo mais simples, com canções mais simples porque a linguagem da música pop nunca foi complexa. Existem coisas complexas na música pop, mas a meu ver tem tudo a ganhar quando são mais claras e especificas, quando não complicam demasiado e conseguem dizer exactamente a mesma coisa. Muitas destas canções eram muito mais complexas quando foram criadas e era mais complicado de perceber o que eu queria dizer, e o trabalho que eu tive durante todos esses meses foi a simplicidade.

Porquê Our Hearts Will Beat As One, como título?
Para já porque foi a última música que escrevi no disco. Eu geralmente não sou muito original para títulos e costumo escolher uma canção do álbum para o título e como foi a última e achei que era o título mais positivo de todos e que apontava para uma coisa mais específica de futuro. Não foi fácil, porque a editora achou que era um título muito comprido e difícil de dizer, e é, mas sintetiza bem a ideia do disco.

E porque não Hold Still, ou Cold Heart, ou Longest Road…
Porque são canções de passagem do disco. Por exemplo, é engraçado eu reparar, quando acabo o disco, que seis canções têm a palavra Heart, no título. E uma das coisas que decidi era que o título do álbum tinha de ter essa palavra.

Não se notam tantos instrumentos diferentes e estranhos como no outro álbum, em que havia crianças a cantar, e instrumentos caseiros...
Por incrível que possa parecer este disco tem mais pormenores desses do que o outro. Mas enquanto no outro nós decidimos torná-lo visível, expressivo, aqui e ideia era ouvir a canção e por mais coisas estranhas que ela inclua, teria de parecer extremamente simples. A minha conversa com o Mário [Barreiros] era: Isto tem de parecer simples. Alguns pormenores de produção, por exemplo uso caixas electrónicas dos anos 80 e 70 em quase um terço destas músicas, foram complexos. Não se percebe isso, mas elas estão lá incluídas. Instrumentos um pouco mais estranhos, as harmónios indianos continuam lá, os pianos muito antigos também continuam lá… mas estão postos de maneira a não causar estranheza.

Mais em harmonia com os outros…

Exactamente. Enquanto no outro queria que eles se destacassem de alguma forma, porque queria experimentar uma sonoridade mais agressiva. Tudo era mais agressivo. E neste queria que as coisas parecessem simples. O Hold Still, por exemplo, que é das músicas que parece mais simples no disco, tem dois arranjos de cordas completamente diferentes postos ao mesmo tempo, bastante dissonantes um do outro, mas que dentro da música tem um efeito dramático, que parecendo simples é totalmente fora do que se costuma fazer na música pop. Tentou-se que soasse simples, se soasse estranho eu nunca o aceitaria.

Quais as maiores inspirações para este álbum. Recorreste a memórias antigas (da adolescência) ou apostaste em ideias mais actuais ou futuras…
Eu acho que este é o primeiro disco que escrevo a olhar sistematicamente para o presente e para o futuro. Eu não vejo nenhum problema em se recorrer em memórias da adolescência para escrever, porque normalmente são coisas que nos marcam muito e é um universo muito rico em muitas coisas. Mas não era aquilo sobre o que eu queria escrever. Inclusive, lembro-me mesmo no início de começar a escrever o disco. De recortar uma série de fotos e fazer fotocópias e escrever uma série de textos, que não eram letras, eram ideias e direcções e fotos de bandas que eu gosto que tocam ao vivo, posições de bailado, que eu achava que queriam dizer coisas que eu via como imagens e ainda não via como canção. Era uma parede que tenho em casa que estava cheia de colagens e post-its e que me ajudaram muito a seguir esse caminho. Elas sim inspiraram-me a fazer esta procura. Mais do que canções, muitas imagens, frases, desenhos…

No teu dia-a-dia tens um caderno a que recorres para recolher coisas, ideias…
Sim, mas nunca coisas muito concretas. Eu não gosto de ideias muito concretas. As canções aparecem sempre de um ponto de vista muito abstracto, inicialmente. O primeiro embate que eu tenho com a canção é geralmente muito abstracto, tem a ver com três ou quatro palavras e uma sequência muito arcaica de sons. E a partir daí tento construir a canção sempre à volta de si própria, tanto que eu não escrevo letras e depois canções, nem o contrário, escrevo tudo ao mesmo tempo, tudo tem de direccionar para o mesmo lado. Tanto que eu não acho que sou um poeta, um letrista excepcional ou muito bom. Acho que as minhas letras são muito frágeis sem as canções, elas foram escritas em conjunto.



Na música Hold Still, existe um dueto que não é muito habitual nem no último álbum nem mesmo nos Silence 4, apesar de haver outra cantora. Como é que surgiu esta ideia, também foi espontânea?
Foi espontânea e é engraçado que de facto, nos Silence 4 havia espécies de duetos, mas nunca como este, curiosamente. Uma das coisas que me lembro de ter escrito na minha parede era algo do género: «Tentar escrever algo mais clássico». Queria buscar a ideia clássica da canção, como se constrói de novo uma canção quando já há milhões e milhões de canções dessas. Foi um desafio que tomei mesmo como muito pessoal. Eu queria fazer uma canção que fosse muito clássica, na sua estrutura. E uma das coisas que sempre quis fazer foi um dueto, porque acho que há uma ideia romântica e ao mesmo tempo um bocado pateta na ideia do dueto. Aquela coisa do Kenny Rogers e Sheena Easton, que eu achava um bocado tola, mas que ao mesmo tempo exercia sobre mim um encanto estranho. E então quando decidi fazer um dueto construí esta canção, criei uma situação muito específica, que é muito pessoal. É de facto das letras que mais gosto do disco, quando comecei a construir o dueto, parecia que ela já existia. Eu adoro quando existe essa sensação, quando estou a escrever uma canção e tenho sempre a sensação que ela veio de outro sítio qualquer, ela quase se construiu a si própria.

E como surgiu a Rita (ex-Atomic Bees) no meio disto tudo?
Convidei a Rita para o dueto, que toca comigo há dois anos [piano] e já conheço há bastante tempo. Acho que ela tem uma voz incrível, muito bonita, muito clássica. Mesmo a forma como ela canta é muito clássica. Ela aceitou logo o convite e adorou. Quando ela começou a cantar eu percebi imediatamente que era a voz certíssima para fazer isso e posso dizer que foi uma das grandes surpresas para nós, como banda, tê-la a cantar.

Como chegaram, dentro da música, ao aparecimento da voz da Rita. Quando é que tinha de aparecer?
A ideia de colocar a voz dela é que arranjássemos uma canção que não caísse na atenção, que não fosse lenta a desenvolver… a ideia era que quando surgisse a voz dela surgisse assim um brilho que eu não conseguia de maneira nenhuma por, e que ela conseguia suportar a canção na sua parte mais pesada. E depois juntávamo-nos os dois no final, como a ideia clássica da canção diz… lembro-me muitas vezes de ter esta conversa com o Mário Barreiros, eu perguntava-lhe se ele achava que era demasiado colada à ideia clássica da canção e ele dizia-me que isso era um conceito que não existe, isto é uma canção bem feita, por isso vamos fazê-la assim. E foi uma maravilha! Por acaso lembro-me da primeira reacção que nós tivemos quando ouvimos a canção toda junta, porque nós gravamos depois de muitas partes, e foi incrível ouvirmos aquilo assim… conseguimos dar aquele ar muito perfeito, muito disney que é muito difícil de fazer, e quando ouvimos aquilo pela primeira vez, ficámos muito felizes, foi um momento muito bom.

Nota-se alguma dicotomia entre as canções melancólicas, mais calmas, quase sussurradas e depois com as canções mais afirmativas e rock. Porquê esta alternância?
Quando este disco começou a ser composto todas as canções que compunha estavam todas ligadas ao lado mais introspectivo. E isso começou-me claramente a irritar. Porque eu acho que o meu universo musical é um pouco mais largo que isso, e se no primeiro disco isso já acontecia, neste eu a certa altura que teria de ir mais longe do que anteriormente. Foi aí que surgiu o Cold Heart, é quando percebo que há uma série de coisas que ainda me faltam explorar para que este disco esteja terminado. A partir dessa música, todas as canções que surgem têm quase todas a palavra Heart incluído. Todas essas são agradáveis e são quase uma música só. É como o lado A e lado B de um vinil. O lado B é bem mais estranho.

Porquê o II nas músicas, na lista que aparece na parte de trás do album?
O II que coloco em algumas músicas. Escrevo na parte de trás do álbum que não significa nada, é uma questão técnica, eu não posso por aqueles títulos porque eles já existem na Sociedade Portuguesa de Autores. E eu tive uma grande discussão na SPA, por causa deste problema, porque isto não tem lógica isto ser assim, mas não há solução, eles não me deixam registar aqueles títulos. E eu disse-lhes que não iria abrir mão destes títulos, como me pediram, e que ia colocar o número II, mas colocaria no disco que não significavam nada. Foi a maneira mais inteligente que consegui de combater o sistema, mas pelo menos ficaram os títulos que eu idealizei. Eles diziam… ponha mais palavras nos títulos – mas isso desvirtuava as músicas. Depois punha Cold Heart, mais qualquer coisa…
Por falar nisto, lembraste-me agora que, como vamos lançar o Hold Still como segundo single, eles [da editora] têm de colocar lá o dois… vou ter de os avisar quando acabarmos.

Mas na língua inglesa existem várias músicas com o mesmo título, e não se verificam esses problemas noutros países…
É verdade… em Portugal há um problema na lei, estas situações não estão regularizadas o que cria estas situações que não compreendo.


O fim do álbum termina com uma música em português Adeus Não Afastes os Teus Olhos dos Meus, que se destaca por completo. Como surgiu essa música no conceito do álbum?
Tinha essa canção escrita há algum tempo… O Adeus é uma daquelas canções que eu sabia que poderia ser enorme. Há canções que não se adequam a um estilo e ficam paradas, à espera de solução. E esta canção era uma dessas, que tinha já tudo, mas a canção não sobrevivia ao tempo que eu queria que ela durasse. Depois de fazer este disco, queria que ele fosse pequeno. Tinha 10 canções e comecei a ouvir canções antigas e cruzei-me de novo com esta e percebi que teria algum interesse acabar com uma canção que faz uma curva tão repentina no disco, por ser em português e muito diferente de tudo o resto. E quis pô-la porque queria fazer algo que fosse fora daquele espaço criado até ali. Tudo o que fiz no disco completo acabei por juntar nesta canção, desde o bater do relógio, que é muito mais lento do bater normal, havia várias ideias que foram todas colocados ao mesmo tempo nesta música, e isso agradava-me. De fazer 10 em 1. Uma música que fazia a soma de todas essas 10. é um música apoteótica.

Cinema e fotografia são áreas que também te fascinam, para além da música. Esperas entrar mais a sério nestas artes no futuro?
Se um dia tiver tempo. Os artistas que eu admiro em qualquer área, dedicam as suas vidas inteiras a essa área. E eu acho que é a única maneiro de o ser, se alguém quer fazer bem a sua arte, tem de dedicar-lhe o seu tempo e energia e dispersar-me, provavelmente iria fragilizar aquilo que eu fazia, e como sou muito perfeccionista nunca iria perdoar isso. Um dia, se tiver tempo, irei explorar essas áreas, por agora mantenho-me amador, e muito feliz, o amador é sempre o mais feliz de todos.

Bryan Adams não tem nada a ver com a tua música, mas tem a mesma paixão pela fotografia, conseguindo expor e fotografar já a nível profissional. Achas que um dia poderá conseguir conciliar?
Vou-te contar uma curiosidade sobre Bryan Adams. Ele tocou em Leiria em 2000. E ele tocou o dia anterior a nós, e fui ver o concerto e estive com ele. Não sou muito de conhecer artistas, mas estive lá na mesma sala em que ele estava, que eu fazia também parte da organização… achei que é uma pessoa muito simpática. Foram lá as miúdas todas conhecer o BA, estava tudo maluco com ele… e os Silence 4 tocaram no dia seguinte. Três dias depois fui a Londres, passar férias, onde tive 10 dias, e ao segundo dia que estive lá, passei pelo Palácio de Buckingham a tirar fotografias publicitárias ao palácio e lá com uma boneca… e eu lembro-me de comentar, o quão o mundo é pequeno. Há quatro/cinco dias atrás, estive com este rapaz na minha terra natal, e agora ele está aqui outra vez. Quais são as possibilidades disto acontecer… mas aconteceram. E ele admiro que ele se dedique a concertos e fotografias. Aliás, acho que nesta altura ele poderia fazer o que lhe apetecesse. A sensação que me dá é que é uma pessoa muito serena e que faz o que gosta. Faz a música que gosta, a fotografia que gosta, e sinto nele essa serenidade. Espero eu um dia ter a serenidade que ele tem daqui a uns anos… porque deve ser uma maravilha e ter tempo para os fazer.

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PERGUNTAS ALGUNS DIAS DEPOIS (feitas por e-mail) NA VÉSPERA DO CONCERTO NO CENTRO OLGA DO CADAVAL
Quais as expectativas para o primeiro concerto do novo disco, no Centro Olga do Cadaval?
R: São muitas, há sempre muito stress e muita azáfama no primeiro concerto da digressão, mas existe também muita vontade de ver como é que estes temas resultam ao vivo. Depois de tantas semanas de ensaio, chega finalmente o dia em que se mostra todo o trabalho desenvolvido, o que acaba por ser um momento de muita alegria e de muito nervosismo.

O que irá ser diferente relativamente às digressões do primeiro álbum a solo? Irão haver surpresas?
R: Sempre que começo uma digressão, tento apresentar um espectáculo que tenha a ver com o meu presente estado de espírito e com o meu disco mais recente. Neste caso, este espectáculo marcará uma grande diferença em relação aos anteriores, por ter um nível cénico mais cuidado e por apresentar elementos nunca antes explorados por mim. Penso que é o espectáculo mais dinâmico que já fiz, mas as surpresas ficam para quem nos fôr visitar...


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músicos no album e concertos: Nuno Simões (baixo), Paulo Pereira (teclado e sintetizadores), Sérgio Nascimento (bateria), Ricardo Fiel (guitarra) e Rita (piano e voz).

1 comentário:

Anónimo disse...

mt fixe a entrevista...e as fotos tb lol :D