domingo, dezembro 28, 2008

teria que ser inventado *

Há qualquer coisa neste período, de Natal e Passagem de Ano que se não existisse, teria de ser inventado de qualquer outra forma.
É um tempo para pôr as coisas (o que se faz, o que se pode fazer, o sentido da vida) em perspectiva. É um tempo para comer e não fazer grande coisa, ou pelo menos para tentar fugir à rotina do dia-a-dia. Aquela que nos ocupa diariamente, que nos afasta muitas vezes da família mas que já está entranhada em nós. Há quem entre em modo automático e, neste período, nem sinta muito a diferença do resto do ano. Mas eu gosto de saborear a diferença, o que faz deste período tudo menos normal (não é Flipe?!).


E o melhor deste período?
Não fui a um centro comercial, loja ou às compras em geral uma única vez!!!!!!!! Yupi. Boicote ao consumismo.



No Natal as pessoas enviam e-mails e sms's umas às outras. No Natal as pessoas são todas muito amigas e dizem maravilhas umas das outras. No Natal as pessoas realçam em mensagens a amizade e evidenciam que desejam um Feliz Natal. No Natal convém dizer coisas giras. No Natal, como no resto do ano, às vezes falta a imaginação e escolhe-se uma daquelas mensagens que circulam por aí, reencaminhando-se para a lista completa ou para uns quantos nomes mais especiais. No Natal as pessoas criam procedimentos para isto, chega a ser mecânico e visto como obrigação (o que é assustador). No Natal usam-se mensagens padronizadas. Daquelas que se lê, se sorri e se apaga (em cerca de 98% dos casos lê-se, encolhe-se os ombros, e apaga-se).
Não estou a criticar, nem poderia. Só a constatar um facto frequente. Na verdade faço quase o mesmo.

Todos os Natais digo a mim mesmo:
"Emot (sim, eu trato-me a mim mesmo por emot), este ano não envias mensagens para ninguém, fazes autêntico boicote ao Natal"... não sei porquê apetece, volta na volta, ser diferente.
Escusado será dizer que nunca cumpri esta ordem interior. Vejo nesta altura do ano uma óptima oportunidade de dizer "olá" a pessoas que não vejo há muito tempo ou "olá" a pessoas que acabei de conhecer. Só envio mensagens ou e-mails a pessoas de quem realmente gosto e prezo, de uma forma ou de outra. É regra.


Felizmente gosto de muita gente e prezo muita gente - já amigos tenho poucos.
Depois tenho algumas manias que venho a cumprir nos últimos anos:

- A amigos mais chegados chego a ligar, na véspera de Natal, por norma umas horas antes do jantar, a mandar um abraço, perguntar como vai tudo e desejar um Feliz Natal. Faço-o mesmo que tenha falado no dia anterior com esse mesmo amigo. Será estranho? Talvez, mas faço-o quase por tradição. E gosto de o fazer.
- Envio e-mails (também na véspera de Natal) para malta simpática e, por norma, tento aliar à mensagem semi-natalícia (é mesmo semi) uma imagem esquisita e pouco comum. Este ano foi uma imagem minha (foi uma estreia) ao lado de dois pais natais a beber cerveja em Portobello Road.
- Sms's a desejar um bom Natal só envio durante a Consoada (na noite da véspera da Natal). Embora comece a receber várias alguns dias antes do Natal, não respondo logo. Invento à hora de jantar um texto meio estapafúrdio, bem ao meu gosto, e envio para algumas pessoas. Nem todos "levam" com a mesma mensagem. Depende da pessoa.
- Fico-me por aqui. No ano novo já não tenho paciência. Já não faço questão de enviar nada para ninguém. Chego a enviar uma ou outra, mas não faço questão. Não sei bem porquê... e daí talvez saiba.


* Pergunta: É "teria que ser inventado" ou "teria de ser inventado" ou qualquer uma dá?

1 comentário:

anDrEIA disse...

Obrigada pela sms da Consoada :) este ano decidi ser diferente e não mandar sms's apenas responder aquelas que me mandaram...