quarta-feira, outubro 22, 2008

a religião tem poder no cérebro? talvez.

Os poderes sobre a mente humana da religiosidade. Muito curioso e científico, independemente de se acreditar, ou não, na existência de deus.



Neurociências da religião
Miguel Farias, investigador português da Faculdade de Teologia da Universidade de Oxford, trabalha em "neurociências da religião". A ideia pode surpreender (ciência e religião ao lado uma da outra no nome de uma disciplina científica?) Mas a abordagem está a dar frutos, embora ainda preliminares.
"Procuramos ver que tipos de estruturas neuronais e de processos cerebrais estão associados à crença religiosa", disse o cientista ao P2 numa entrevista telefónica. Miguel Farias é um dos autores de um trabalho publicado há dias, na última edição da revista Pain, que fornece, pela primeira vez, uma base científica para algo que se diz há muito: que as pessoas religiosas toleram melhor a dor do que as outras. Basta pensar nos mártires - um caso extremo, claro.
Em poucas palavras, estes cientistas conseguiram ver as propriedades analgésicas da experiência religiosa em acção no cérebro humano. O seu trabalho consistiu em comparar a actividade cerebral de um grupo de crentes e de um de não crentes, para ver se respondiam de forma diferente a estímulos dolorosos. Queriam saber "que tipos de processos estão envolvidos quando um crente convicto é submetido à dor enquanto pensa religiosamente", diz Miguel Farias.
Mas, poderão objectar alguns, como induzir pensamentos religiosos nas pessoas num laboratório, em condições tão pouco propícias ao recolhimento espiritual? "Estivemos durante meses a discutir que tipo de estímulos devíamos usar para activar a forma de pensar religiosa", explica-nos o investigador. "No início, pensámos em estímulos orais [leitura de textos], mas depois acabámos por escolher estímulos visuais." As imagens escolhidas foram um quadro da Virgem Maria, intitulado Vergine Annunciate, do pintor italiano do século XVII Giovanni da Sassoferrato, e o célebre retrato Dama do Arminho, de Leonardo da Vinci (séc. XV)., in Público



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