sábado, outubro 25, 2008

obras públicas makes sócrates go round

José Sócrates insiste que as obras públicas "makes the world go round and round and round": são necessárias, urgentes e vão mesmo ser feitas, incluindo o ridiculamente caro TGV.
Tudo para que o Estado dê um sinal claro à economia de que as coisas estão bem, de tal forma que até nos endividamos até ao tutano para fazer obras públicas que já não têm a importância que tiveram outrora (nos tempos de Cavaco Silva, em que havia dinheiro a rodos da CEE e muito por fazer nesse domínio). Pessoalmente, acho um erro crasso e que diminui todos os portugueses, tudo para dar "um sinal claro à economia".
Isto de sinais claros (e que deixam de ser claros passados uns dias) está a economia cheia. Essa mesma economia que um dia sobe à grande e no outro desce como nunca desceu. É uma economia esquizofrénica e nada melhor que um governo esquizofrénico, que brinca com o nosso dinheiro, para nos guiar para fora dos nossos problemas.

Daqui por 10/15 anos, quando a crise (esperemos) seja uma miragem, o país ainda vai estar a pagar umas obras públicas exageradas, feitas em cima do joelho (até porque as eleições são já no próximo ano), cheias de derrapagens orçamentais e que já estarão obsuletas, ou perto disso.
O mais curioso é que nessa altura, aí sim, talvez faça mais sentido investir (pelas condições económicas mais favoráveis, pelo maior indíce de necessidade de modernizar as infra-estruturas) e, aí, não haverá o dinheiro necessário, porque ainda estamos a pagar os desejos de ter "obra feita" do senhor Sócrates.


ACT: A Manuela já reagiu. É das melhores coisas que ela disse nos últimos meses:
PSD é contra todos os projectos que obriguem ao recurso ao crédito
Manuela Ferreira Leite afirmou hoje que o PSD é contra qualquer obra pública que obrigue ao recurso ao crédito, por causa do endividamento externo "altamente preocupante" do país.
Rui Rio critica insistência do Governo em obras públicas em tempo de crise
UGT e CGTP pedem a Sócrates "rigor" nas contas do investimento público e menos "betão armado"

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