"Os mesmos portugueses que nunca se lembrariam de gritar numa loja da Vodafone, até porque cada loja conta com o segurança, acham que por pagar (os que pagam) impostos podem desancar no primeiro funcionário público, seja médico, professor ou mesmo polícia, nem os magistrados escapam. E sabem que, se o funcionário reagir, pede logo o livro amarelo e parte descansado, a vingança fica completa com um processo disciplinar, e, nos tempos que correm, é melhor para o funcionário "baixar a bola" do que reagir, ninguém o vai proteger. Aos políticos o que dá votos é a demissão de funcionários públicos. E, se os pais não respeitam os funcionários públicos, os filhos, quanto mais mal-educados, mais bem tratados são, pois ganham o estatuto privilegiado de "crianças vulneráveis". Se eu fosse fazer queixa de um professor à minha mãe, teria que ter muita razão; se não a tivesse, ainda levava (...); agora a "criancinha vulnerável" queixa-se do professor aos pais e a família vai à escola meter o professor na linha. Se ninguém (...) trata bem os funcionários públicos, começando pelos próprios políticos, porque hão-de ser as crianças a dar o exemplo, tratando bem os professores? A relação entre o Estado e a sociedade está cada vez mais doente (...)."
in jumento.blogspot.com
A ARTE DE INSISTIR
Há 9 horas
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