quarta-feira, julho 27, 2005

parvoíces politiqueiras


[Muito recentemente o Ministro da Economia, Manuel Pinho demonstrou após a demissão do Ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, que vive num mundo fantasioso, ou melhor faccioso. Falava-se na altura da saída de Campos e Cunha por divergências com Manuel Pinho - com quem Sócrates terá concordado no que diz respeito aos investimentos. Ainda esta semana o mesmo Manuel Pinho numa pergunta lançada por um jornalista sobre a saída de Campos ter tido a ver com discordâncias, o Ministro diz indignado: "Todos sabemos que saiu apenas por motivos familiares". Hoje vi mais do mesmo na televisão, com este Ministro a considerar que o manifesto dos 13 economistas de que fala a notícia abaixo vem de encontro ao que o Governo tem estado a fazer e não tem nada a ver com os investimentos na OTA ou o TGV. Ridículo.]

Grandes obras públicas do Governo de Sócrates
O risco de fantasias
Treze economistas portugueses contestam hoje num manifesto publicado no Diário de Notícias a eventual concretização de grandes obras públicas, que «poderá ser desastrosa» para Portugal, um país que «vive uma profunda crise».
Apesar de os economistas nunca especificarem a que grandes obras públicas se referem no manifesto, o Governo de José Sócrates anunciou recentemente que vai concretizar os projectos do novo aeroporto internacional na Ota e do comboio de Alta Velocidade TGV, avaliados em mais de 25 mil milhões de euros.

O grupo de economistas, alguns dos quais estiveram com José Sócrates nas Novas Fronteiras, questiona no manifesto a qualidade do investimento público, escreve o DN.
O manifesto é subscrito pelo presidente da Vodafone, António Carrapatoso, o ex-secretário de Estado do Tesouro e Finanças, António Nogueira Leite, o professores catedráticos Augusto Mateus e Fátima Barros, o presidente da RSE Portugal, Fernando Ribeiro Mendes, e o advogado e fiscalista, Henrique Medina Carreira.
O professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova José António Girão, os economistas José Silva Lopes, José Ferreira do Amaral e José Almeida Serra, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, o ex-Governador do Banco de Portugal Miguel Beleza e o presidente da SIBS Vítor Bento subscrevem também o manifesto.
Para os economistas «parece ter emergido uma corrente de pensamento que acredita que a superação da crise em Portugal pode estar no investimento em obras públicas, sobretudo se envolvendo grandiosos projectos convenientemente apelidados de estruturantes».

Recordando a crise profunda que o país vive, o grupo considera que o cenário requer «uma urgente e dedicada concentração de esforços visando medidas apropriadas de contenção orçamental, de incentivo económico a favor dos sectores de produtores de bens transaccionáveis, de promoção de eficiência económica e de uma moderação da despesa colectiva».
«Porque a situação é séria e o país não pode, sem pesados custos, embarcar em mais experiências fantasistas, importa dizer, de forma clara, que essa ideia é errada e a sua eventual concretização poderá ser desastrosa para o país», escrevem no manifesto.
Os 13 economistas consideram que «o investimento público pode ter virtudes e pode ser um importante elemento estimulador do desenvolvimento».
No entanto, dizem, o investimento público não serve «nas presentes circunstâncias da economia e das finanças públicas», «sobretudo se dirigido a obras cujo mérito não tenha sequer sido devidamente demonstrado por estudos publicamente divulgados, credíveis e contraditáveis». »

artigo do DN

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